Partidos e políticos do DF se organizam para atuar na eleição do Entorno

As eleições municipais de 4 de outubro podem não ser no quadrado brasiliense, mas, ainda assim, estão diretamente conectadas aos interesses políticos e econômicos da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), área que engloba 29 municípios goianos, o DF e quatro municípios mineiros. Só nas 12 cidades que fazem limite com a capital, o Entorno, há mais de 600 mil eleitores, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As áreas vizinhas dividem com a capital infraestrutura, transporte, saúde, educação e segurança pública. Tradicionalmente, os partidos veem nesta relação uma oportunidade para alinhar os interesses entre as regiões. Por esse motivo, mesmo faltando meses para o pleito, a articulação política já começou. Em 2020, será o primeiro pleito em que os partidos não poderão fazer coligações para eleição de vereadores. As alianças valerão apenas para a escolha de prefeitos. Apesar de ainda não se ter nomes indicados para a disputa, a movimentação começa a aparecer não só dentro das sedes goianas e mineiras vizinhas, como também no meio de políticos do DF. O governador Ibaneis Rocha (MDB) dará apoio aos correligionários, mas garante que evitará promover um espaço de guerra política na região. ;Vou ajudar os candidatos do meu partido. Mas vou tentar ao máximo manter a independência. O Entorno não é território para disputas. Brasília e região precisam de paz, afinal, são territórios da nação;, disse ao Correio. Vice-governador do DF e presidente do Avante-DF, Paco Britto identifica esta eleição como um teste para o pleito nacional de 2022. ;Vamos nos reunir com o presidente do partido de Goiás em uma reunião em fevereiro. Teremos alguns nomes para os municípios, não em todos, mas onde tivermos o nome de um candidato forte, vamos colocá-lo para prefeito. O fato de não ter as coligações proporcionais influencia nas nominatas. O Avante no DF saiu sozinho, fez quase 100 mil votos e dois deputados distritais sem coligação; então você tem que montar a nominata corretamente, para que ela seja bem votada;, afirmou. Em Goiás, o PSDB tentará recuperar poder nessas eleições municipais. Os tucanos deram a largada para as articulações da legenda com uma série de 25 encontros regionais em setembro do ano passado. De acordo com o senador e presidente do PSDB-DF, Izalci Lucas, as definições finais devem ocorrer em abril. ;Nos últimos tempos, têm ocorrido muitas trocas de partidos, e temos de esperar para saber quais siglas vão ser coligadas e quais os nomes mais fortes em cada região. Com o fim das alianças para vereadores, muita coisa muda também. Com certeza, por essa razão, a quantidade de partidos menores deve diminuir. Então, teremos que ser mais exigentes com os nomes para candidatos;, explicou. De acordo com o deputado distrital Chico Vigilante (PT), o Entorno é dependente do DF; portanto, é preciso que o partido tenha prefeitos e vereadores que estejam sintonizados com as ideias e com as políticas da capital do país. ;A previsão é de que agora, passado o período de festas, voltemos a nos sentar com o PT de Goiás para alinhar as propostas de candidaturas com políticas que integram o DF e o Entorno;, avaliou. Também de olho na relação do DF com o Entorno, o Republicanos começou as tratativas com presidentes da sigla nas cidades da região. Municípios como Valparaíso, Novo Gama e Águas Lindas de Goiás estão na mira para a articulação de alguns nomes de candidatos. Segundo o deputado federal Júlio César (Republicanos) a aproximação dos diretórios está em andamento. ;Vou começar a aumentar minhas visitas ao Entorno, justamente para fortalecer o partido. Nós temos a perspectiva de alguns candidatos. Em Águas Lindas, temos dois vereadores, um com a tendência de ser candidato a prefeito e o outro tentará reeleição;, citou. Mudança De acordo com a deputada distrital Júlia Lucy (Novo), para essas eleições, o partido lançará candidaturas em apenas 70 municípios em todo o país. A maioria em Minas Gerais, estado governado por Romeu Zema, da mesma legenda. Ela avalia como positivas as mudanças na legislação eleitoral e destaca que o Novo disputou as eleições de 2018 sem fazer coligações. ;As legendas de motel, que só servem para angariar o recurso do fundo partidário e ficar se alugando em período eleitoral, vão perder força, e isso é muito bom. Essa é uma eleição muito importante para a eleição federal. Aquele partido que conseguir fazer mais eleitos agora está construindo uma base maior para as eleições presidenciais, e eu acho que o resultado dessas eleições de agora vão provar se o povo está aprovando ou não essa gestão de Jair Bolsonaro;, afirmou. 12 Número de cidades do Entorno 600 mil Eleitores devem votar. Fonte: Correio Brasiliense

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